Testemunhos

Grupo de fans do 2001 - testemunhos on-line


Confissões

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eu ainda me recordo do medo que senti quando entrei a 1ª vez. na altura ainda não tinha feito 18 anos,e o velho gigante tinha a mania de dizer ao pessoal,para ir acabar de fazer as compras à mãe! se não era isso,dizia,seco e grosso "só com rapariga é que entras" e confesso que apanhei muitas secas cá fora à espera de aparecer alguma que cedesse aos meus pedidos,para a poder acompanhar e assim entrar! outros tempos... ia para lá à meia noite direito ao meio da pista,e só saia ás 4. sempre a abanar o esqueleto! hoje entro ás 2,e mais tardar 3:30 está no ir. o pdi não perdoa! mas continuo a lá ir! e por mero acaso lembrei me,que já lá vão mais de 30 anos! a diferença entre o primeiro dia e o dia de hoje,é que agora,quando lá vou,sinto que estou em casa. e ajo como tal! ou seja,não faço lá nada que não faça na minha casa! tens que lá voltar joão! está praticamente como nós o conhecemos"

"Comecei a ir ao "2" por volta de 1978 e fui com alguma regularidade até ao início dos anos 80 ... Sempre noites memoráveis, mesmo com gajos a voar e o chão, ao fnal da noite, alcatifado de cacos de garrafas de cerveja. Na altura tinha lugar 'cativo', em frente de uma das colunas do lado das janelas. Já naquela altura ficava afónica nos dois dias seguintes a lá ter estado ...
Depois estive uns anos sem ir, ou ir ir muito raramente e, desde 2004 recomeçei a ir com bastante regularidade ... Mas, num 'estado diferente' !
Não estou à janela por opção, nem me chamo Laurindinha (lol), estou porque as minhas cordas vocais são o meu calcanhar de aquiles, porque deixei de poder cantar, falar ou mesmo dizer 'lálálá' ... A faringite é crónica a laringite também não lhe quis ficar atrás para além de uma operação que tive que fazer e que me dexou com uma fragilidade séria nas ditas das cordas vocais ...
Se as cordas vocais usassem cadeira de rodas as minhas tinham uma !!!
No que isto resulta em termos práticos é:
- Não vou para conviver com os amigos, despeço-me deles ao subir das escadarias ...
- Tenho orbigatóriamente de 'tar perto de uma janela e, mesmo assim, beber água não é só por ter sede, é mesmo porque tem de ser ... Sendo que ao pé da(s) janela(s) o volume do som é considerávelmente mais baixo do que no meio da pista ...
- Danço todas ! As que gosto muito, as que gosto menos, as que gosto pouco e as que não gosto quase nada ... :)
- Psssei a cantar ... Dançando !
Eu sei que se nota ... Até eu noto !!! Lol

Sinto-me próxima de quem vai ao "2" de cadeira de rodas, de quem vai ao "2" de canadianas, de quem vai ao "2" e é cego, de quem vai ao "2" e é 'diferente', no sentido de não poder utilizar todas a faculdades que fariam o 'pleno' ...

Sabiam que o Rck (& Roll) foi o primeiro género musical concebido para se poder dançar (também) ser par ?!?
Foi ! :)

Ontem foi mais uma noite ... Simply the best !!!
(estava um frio do caraças, para a próxima acho que levo luvas, lol)

Beijos ... On the Rock's !"
(retirado do blog A Hard Day´s Night)
Recordo-me claramente do início dos anos 90 em Portugal. Gradualmente, surgiam os primeiros sinais de inconformismo à "ditadura da música electrónica" Nas pistas de dança da linha do Estoril, como no Bauhaus, soavam as trombetas da revolução. Os Guns N´Roses enlouqueciam as massas com "Sweet Child O´Mine" e os AC/DC disparavam a matar com "Thunderstruck".

Do lado dos meus amigos surgiam as primeiras surpresas. Uma ex-namorada de um deles dizia-me que a nova música do Ozzy Osbourne era linda, aka "Mama I´m Coming Home". E um colega da universidade pedia-me que lhe gravasse uma cassete com temas pesados. Era mais do que uma revolução. Para mim, constituía um bálsamo que recebia de braços abertos.

No bar Gringo´s, em Lisboa, os motards deglutiam cerveja após cerveja ao som de "Dirty Boulevard". E no já extinto Seagull, em Setúbal, dançavam-se alguns clássicos do rock, ilustrados com videoclipes. Mas, o epicentro da festa estava, e sempre esteve, em Cascais, na mítica discoteca 2001, também conhecida pelo 2.

A história do 2 está associada ao fenómeno dos primeiros grandes concertos de rock, no Pavilhão de Cascais e à ideia correcta de que a linha do Estoril representa a verdadeira Califórnia portuguesa: sol, praia, raparigas, cervejas e carros. As famosas incursões nocturnas de um certo Bryan Adams, muito ligadas ao advento do hard rock nos anos 70, ajudaram a cimentar a liderança do famoso espaço nocturno, no Autódromo do Estoril, nas décadas seguintes.

Actualmente, a faixa etária do 2 é constituída por pessoas entre os 30 e os 40 anos e, claro, pelos muitos roqueiros que não dispensam a sua T-Shirt dos Ramones e a sua cervejinha preferida. Ninguém esquece o hard rock FM dos Bon Jovi, mas estão prontos a festejar "Whole Lotta Love", dos Led Zeppelin. Que me perdoem os frequentadores desse magnífico espaço, em Gaia, que dá pelo nome de Hard Club, mas todos os caminhos vão dar a Cascais.


(retirado do blog pipáterra)
2001

havia um empregado da pastelaria roma, o baptista, que era mais coisa menos coisa a versão portuguesa do john belushi. uma certa noite, quando me preparava para pagar seis sagres preta e dois cafés (estava acompanhado por um velho irmão) ele perguntou-nos:
- então, vão para as docas?
- nah... hoje é noite de ir para o dois!

o gajo fez um
- para o dois mil? ahhhhhhhh...
ficou a olhar para o tecto com um ar pensativo e seguiu a sua vida. passados dez segundos regressou à mesa:
- vão mesmo?
- vamos!
- ihhhh, que espectáculo. foda-se, as saudades que eu tenho daquilo. estava lá sempre batido. ainda está bom?
- claro que está!
- vocês não estão a ver bem aquilo, vinha gente de tódóládo. éramos milhares a caminhar para lá. ai que sódádes. até s'a fodia lá dentro, man! aquilo era a catedral!

foi a primeira vez que ouvi a designação de catedral para o dois. e merece o epíteto. é claro que este último conjunto de frases que ele pronunciou são o máximo: imaginar clientes do 2001 a virem, aos milhares, de todo o lado como se fossem formigas agrupando-se naquela alameda do autódromo para conseguirem entrar e, já lá dentro, a produzirem valentes fornicamentações naqueles belos sofás ao som do whole lotta love é algo que me tira do sério.

eu não sou dos que frequenta o dois desde sempre, ou seja, desde que aos 18 anos o poderia tecnicamente frequentar. nada disso. para já porque tecnicamente o meu pai não me deixava ir a discotecas cuja última música tocasse depois do telejornal das oito e depois porque aos dezoito anos eu com certeza que não iria curtir aquele som.

aquele som, começou por me dizer alguma coisinha após umas visitas ao news lá para 89/90 e só acabou por se entranhar definitivamente após a tropa. o chico mestre, velho camarada de armas, tinha uma cassete gravada duma emissão da velha rádio marginal (estão a ver a secante rádio marginal actual? pois não tem nada a ver) que tinha como alinhamento as seguintes músicas:
- gimme your good lovin dos diving for pearls
- fire woman na versão la rock mix dos the cult
- just another night (extended remix) do jagger
- not dead yet dos styx
- you shok me all night long dos ac faísca dc
- rebell yell do billy idol
e terminava com o i found love dos lone justice.

que set do camandro. meus amigos, porra, a quantidade de vezes que eu vim de campanhã até santa apolónia, feijão-verdamente fardado a ouvir esta cassete no meu uólquemen. jasus, ouvi esta cassete milhares de vezes. e o mestre dizia-me: se gostas disto, larga o news e mete-te a caminho do dois. aquele "larga o news", assim como quem diz "larga a coca", fazia sentido para mim. mas acabei por andar agarrado ao news durante mais uns anos.

mas eu considero aquela cassete a minha epifania. o dois mil veio uns meses depois numa noite muita louca mas não entranhou logo.

a coisa só aconteceu, por um feliz acaso, algures em meados dos anos noventa, após muito treino conseguido com a audição dos discos dos meus camaradas de oeiras, depois de algumas idas ao bauhaus (porque raio os betos da linha dizem bá-áus?), depois de muita coisa desse género. a verdade é que com esse treino todo, quando então voltei ao dois, algo se tinha passado. toda aquela música passou a fazer sentido para mim. e realmente ainda faz.

o dois mil é mesmo a melhor discoteca que eu conheço. porque é imutável. e isso, acreditem é bom. é bom que não haja imperiais mas sim médias; é bom que não haja garrafinhas de água mas sim, grandes litradas de água de luso (garrafa de vidro); é bom que eu me sinta seguro até ao tutano lá dentro;

aliás, a segurança do 2001 é outro dos mitos urbanos que para aí se fomenta. acreditem, há (houve) muitas mais mortes, esfaqueamentos, socos e afins em 18 (20?) anos do kremlin do que em 35 anos do 2001. mas de caras. tentem um dia armar-se aos cucos no 2001 e vão ver o que é o remédio para a tosse.

é bom que nós saibamos que aquela música, infelizmente, já só se ouve ali; é bom que ninguém ligue ao que levas vestido; é bom que tu saibas que entras lá queres vá com 5 gajas ou com 10 maduros; é bom que não haja preconceitos rigorosamente nenhuns com o teu aspecto; ali convivem os motards, com os janados, com os freaks, com as matronas lá daquelas terras com nomes como cacém e serra das minas, ostentando penteados estilo puta dos anos setenta (vide madonna no tempo do music), com tias da linha (cada vez mais), com pitas da moda (estranhamente, cada vez mais), é bom .... tudo!!!!! tudo ali é bom!!!!!
( Hi5, grupo 2001 )
Foi em 1973 que abriu aquele que é um espaço único de Rock.

Lembro-me daquelas noites atrá de noites em que saía de Almada, apanhava o barco até ao Cais do Sodré, o comboio até ao Estoril e pro fim aquele táxi especial, de seis lugares, tipo limusine, que nos levava até ao autódromo.

Aí chegado,lá estava aquele grande Seixas, o portas, que bloqueava o torniquete com a perna mas sempre com uma presença de espirito sem igual.

Entrava e sentia a primeira pancada nos olhos, no peito, na alma e que subia, fortemente, até à cabeça e eu pensava "estou em casa" !!!

Pedia um gin, tirava a guitarra do saco e...já está! Fecho os olhos o corpo já não pára...fazes parte da musica. David Bowie, Lou Reed (Vicious) Nazareth, ZZ Top e muitos mais.

Tempos houve em que fazia uma pausa para comer um bife. Sim um bife com batatas fritas a entrar pela goela comno Roxy Nusic entrava no corpo.

Por fim, às tantas da manhã saía, sempre com uma boleia até...onde quer que fosse mas pelo menos e garantidamente, até à estação dos comboios do Estoril para aapnhar um dos primeiros do dia !!!

Hoje ainda lá volto, de vez em quando, quando aqueles que com grande espirito fazem com nos juntemos e recordemos estes tempos do 2.
9/Abr/2008
15:10 "
Enviado por jose delaunay 

 

Terça-feira, Março 27, 2007


2001-33 anos

Nem posso crer o 2 tem a idade de Cristo. E incrivel, que dezenas de noites tao bem passadas , e penso que me lembro de quase todas, cada qual com a sua estoria especial, fosse uma nova namorada ou um record de velocidade na curva do Monaco.
Quando penso fico todo arrepiado, aquela recta final, a entrada do Autodromo e ao longe atravez da nevoa as luzes que iam aumentando de intensidade, sair do carro e sentir a vibracao nos ossos daquela musica tao especial...Deep Purple, Van Zant, Asia,Nazareth,Dream Police,Rainbow,AC/DC, Aldo Nova, Ramones, 38special e tantos, tantos outros.....Depois ter que bater o coro ao Seixas que ja tinha mais de 16, e mesmo depois dos 18 ainda ter que mostrar o BI por ter cara de chavalo..QUE NERVOS....Os tickets de 50 escudos, que ganza.
E deixava de haver bairrismo, quando estava em casa ia com a malta de Alvalade,quando estava na Praia das Macas ia com o pessoal de la ou em Cascais com os nativos. Muitas amizades,Joao Leal, Rui Conde, Paulo brasileiro, Luis Queiroga,Rito e Paulo Guedes, Nuno pidoninhas,Ze e Pepe Ricardo, Teixeira, To Cabecas,Gama da Fonseca os irmaos Pardal e tantos outros sem contar obviamente com as namoradas que deixamos incognitas para evitar confusoes. Apenas uma pequena mencao a Sofia Varella-Cid pois ai comecamos o que durou uns anos e nao levou a remorsos......Tudo isto faz parte das nossas memorias dos anos 70 a 90 e para aqueles mais saudosos.

 

O 2001 foi a primeira grande discoteca do País.

Lembro-me de ver montar umas colunas de som nunca vistas e aquela cabine que fazem as delicias de qualquer DJ (ah aquele piano de luzes...)

Depois, quando abriu, aquele vicio diário de ir àquela casa valia tudo. De Almada, de barco até Lisboa, comboio até ao Estoril e apanhar aquele táxi enorme de 6 lugares, tipo limusine, sem qualquer preocupação no regresso pois havia a certeza de ter sempre uma boleia de volta, nem que fosse apenas até à estação dos comboios.

Ainda me lembro de comer bons bifes pela madrugada ao som de David Bowie ou Lou Reed.

"Puxar da guitarra" e dedilhar umas boas malhas era a forma de exteriorizar o boomm que entrava pelo peito e batia forte na cabeça !!!

Ainda lá vou, de vez em quando, matar saudades com amigos.

Depois, há sempre estes grandes empreendeores que organizam estas festas que continuam a fazer do 2000 um lugar memorável.
http://socomgelo.blogspot.com/2008/02/2001-loucura-de-sempre.html



2001 - Que saudades.
Era sim, por baixo das bancadas do autódromo. Esteve fechada durante algum tempo mas reabriu há cerca de 3 anos. Costumava visitá-la quando me deslocava ao Dramático de Cascais para assistir a espectáculos de Rock.
Nunca vos contei esta minha faceta. Estive na década de 70, ligado à promoção de espectáculos de musica Rock, nomeadamente em Cascais e aqui no Porto, no Pavilhão do Académico ou no Infante de Sagres, em colaboração com a empresa do Casimiro, a Tournée.
Recordo grandes concertos e bandas daquela época: The Tubes, Supertramp, Peter Gabriel, Lou Reed, Alice Cooper, Judas Priest, Statos Quo, Lena Lovich, Genesis, The Clash, Camel, Mike Oldfield, Black Sabbath, Yes, Pink Floyd… eu sei lá quantos mais. Lembro-me de ir a Madrid ver um concerto que ficaria memorável dos Queen. Naturalmente que não existia ainda o Pavilhão Atlântico e as bandas deslocavam toneladas de material de palco, não era possível actuarem nos nossos pequenos espaços. Mas a “minha musica” era outra. Adorava e sabia de cor as letras dos Credence, de Bob Dylan, de Joan Baez, Neil Young, etc.
Por tudo isto, caro Deacon, obrigado por me fazer recordar a 2001.
Abraço